domingo, 26 de setembro de 2010

Resgatando o feminino...

Libra é um signo de Ar regido pelo planeta Vênus que representa o arquétipo do feminino. O arquétipo representado pela Vênus de Touro é porém diferente do arquétipo representado pela Vênus de Libra já que os elementos aos quais pertencem estes signos são diferentes um do outro em sua manifestação. Touro pertence ao elemento Terra e Libra pertence ao elemento Ar. Essa diferença imprime uma qualidade para cada uma das manifestações da qualidade feminina específicas de nossa personalidade. Em astrologia, Vênus representa a forma como idealizamos o prazer, ou seja, a forma como buscamos a satisfação pessoal e o prazer, seja ele físico, psíquico ou mental. Por essa razão, a Vênus de Terra oferecerá qualidades mais materiais à noção de prazer, qualidades estas que poderão se traduzir no prazer de comer, na sensualidade e no tato, no conforto material, no prazer de comprar, etc. A Vênus de Ar sentirá mais prazer em atividades artísticas e sociais, como festas e recepções, e poderá se expressar numa sensualidade mais refinada, intelectual e sofisticada. Vênus, ou Afrodite (para os gregos), nasceu das águas e surgiu no mar dentro de uma concha. Essa representação pode ser vista em inúmeras pinturas renascentistas ou clássicas, entre elas as famosas de Botticelli ou de Bouguereau. No Museu do Louvre em Paris existe uma belíssima estátua em mármore chamada de Vênus de Milo (nome da ilha grega onde foi encontrada). Porém existem estatuetas de Vênus pré-históricas, que representam diferentemente o arquétipo feminino. Estas estatuetas mostram em sua maioria mulheres que atualmente consideraríamos 'gordas', cheias de celulite e banha de todos os lados!!!
È um fato que o conceito de beleza mudou muito ao longo dos séculos: quem nunca viu as curvas das mulheres opulentas e róseas que o pintor flamengo Rubens imortalizou (como no quadro Vênus e Adônis do Metropolitan Museum of Art de Nova York)? Não devemos esquecer também que o símbolo que a astrologia usa para representar Vênus mostra um circulo (o Sol) sobre uma cruz (a Terra) representando o feminino. Diferentemente, Marte é representado por um circulo com uma flecha em 45º (voltada para o alto) simbolizando o falo, ou seja o masculino.

Ainda hoje nos países árabes (especialmente) a mulher é apreciada por seu quadril amplo e por suas carnes macias e rosadas, indicando um ventre capaz de gerar muitos filhos. No entanto, nos países ocidentais este conceito mudou tanto nos últimos decênios a ponto de vermos enaltecido um modelo feminino mais próximo da androginia! As mulheres magérrimas, de quadris estreitos e poucas carnes são sabidamente pouco férteis. Não é à toa, portanto, que tantas mulheres têm problemas para engravidar! Vocês já perceberam que as mulheres mais simples, aquelas que ainda vivem de forma mais natural e primitiva, têm menos problemas para engravidar que a mulher dita 'civilizada'? É fato que as mulheres mais pobres têm mais filhos! Para estas mulheres, o papel da fêmea nunca foi um problema. Em contrapartida, e por condicionamento dos padrões impostos pela nossa sociedade, de tanto cultivar a magreza extrema, as mulheres atuais perderam a noção do arquétipo feminino, se afastando de sua função primeira que é aquela de procriar e de parir.

Esse é um grave erro, pois a meu ver, se a estética do feminino mudou, não mudou a função da fêmea na humanidade! A meu ver, as mulheres precisam se reconhecer dentro deste papel para cumprir aquilo para o qual foram criadas. Afastando-se do feminino elas perdem a identidade. Mulher é ventre, e ventre é maternidade, e isso não vai mudar tão cedo. Mulher é cálice, é concha, e foi criada para recolher, abrigar, nutrir e aconchegar! A verdadeira mulher é aquela que sabe o quanto é importante a sua feminilidade. Na era matriarcal, a era da Grande Deusa a humanidade era certamente mais pacífica, apesar de que existe também o papel da Deusa Guerreira, não é mesmo? Vênus não é somente passividade: quem tem filhos sabe o quanto uma mãe é capaz de lutar para defender sua prole ou seu território.

Graziella maraccini

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